segunda-feira, 14 de novembro de 2016

ADVOGADO NÃO DEFENDE BANDIDO SAIBA O VERDADEIRO PAPEL DESTE PROFISSIONAL




Segue na mente a curiosidade e questionamentos sejam de leigos ou até mesmo de alguns profissionais do ramo do Direito a respeito do trabalho do Advogado Criminalista, ou seja, saber por quais motivos ou se defenderia um acusado de uma conduta criminosa que afirma inocência, ou até mesmo porque defender uma pessoa que cometeu um ilícito bárbaro, estas são as perguntas mais frequentes.
Quais motivos que levam um Advogado Criminalista a se posicionar ao lado de uma pessoa em que a opinião pública o Estado e a sociedade com a “ajudinha da mídia” protestam por uma punição? Não se afirma somente punição penal, mas, na maioria das vezes se possível fosse pena de morte, mutilação ou até as penas mais cruéis, pois a enorme incredibilidade na justiça fez com que os linchamentos públicos a suspeitos detidos pela população se tornaram um ato comum.
Lamentavelmente se vê em casos apresentados pela mídia diversos comentários ofensivos aos Advogados Criminalistas quando se põe a frente para defender seu cliente, tais como “advogado do diabo”, “esse advogado é pior que a quem cometera o ilícito”, dentre outras nomenclaturas ofensivas sem buscarem a verdadeira essência e conhecimento do papel desenvolvido por este profissional.
Em modo simplório a responder as referidas dúvidas deve ser esclarecido que a todo acusado é garantido Constitucionalmente o direito da ampla defesa e o contraditório, ou seja, que não é possível o desenvolvimento processual seja por futura condenação ou absolvição, sem que haja defesa, tamanho importância deste trabalho exercido pelo advogado que está estampado na Constituição Federal em seu art. 133, em  que o advogado é indispensável à administração da Justiça.
Até mesmo em uma posição religiosa, em que diante ao pecado praticado por Adão, Deus antes de tomar quaisquer medidas, chama-o para ouvi-lo a apresentar a sua versão do ilícito praticado no paraíso.
Portanto, o papel desenvolvido pelo Advogado, neste ato fala-se do Criminalista, o qual não trabalha para colocar um infrator as ruas, ou trazer meras conjecturas a desmistificar a versão dos fatos, mas proteger a aplicação de maneira justa da norma, o que também não poderá exercer seu papel com desdém ao seu assistido sob penalidades previstas no Código de Ética da Advocacia.
Um questionamento que também poderia ser feito, o que se espera um mergulho em reflexões por parte dos leitores, se cabe a um médico em momento que fora atender um paciente para salvar sua vida, saber se este ser humano possui antecedentes criminais, ou se é um suposto delinquente? O exemplo disto, um médico tendo o conhecimento de que o paciente o qual está à espera de seus cuidados necessitando rapidamente de atenção médica, é um assassino, ou mesmo um estuprador, poderá se negar a prestar-lhe socorro?
Portanto, o verdadeiro trabalho do advogado não é defender delinquentes e deixá-los em soltos em meio à sociedade, pois o advogado também é ser humano, possui família e sentimentos.
 Portanto os ataques difamatórios vistos sejam em redes sociais, ou até mesmo em “rodas de conversas” contra a pessoa do advogado Criminalista deve ser entendido como qualquer outra profissão que busca a garantir um caminho em que se o acusado fora culpado pelo delito diante as provas produzidas em meio processual que possa após cumprimento de sua pena, voltar a buscar por uma ressocialização, reintegrando-se em meio social e se inocente, demonstre a sociedade que não é um monstro como lançado a sua personalidade antes mesmo de ser visto os dois lados da moeda.
Em muitos casos se lançam pejorativos contra advogados e até mesmo a classe policial, mas quando necessitam da ajuda destes profissionais, os xingamentos desaparecem, o lado de que abusam do poder, ou são “piores que o próprio acusado” some, pois ficam na condição da necessidade de ajuda, e podem ver frente a frente que não se trata de defensor de bandidos ou criminosos, mas uma humilde e séria profissão como a do médico, não do corpo humano, mas de seres humanos que por alguma infelicidade estão à beira do abismo em que a sociedade o Estado e por grande parte da mídia quer lhe dar aquele “empurrãozinho” jogá-lo ao desfiladeiro.

Jackson Jades Cavazotti
OAB/SC Nº. 40.834

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